Apresentação do Projeto Cecane- Eixo Agroindústria em Aquidauana/MS.

Postado por: BRUNA DUARTE FRANCO

Nos dias 12 e 26 de abril de 2022, a equipe do projeto: Centro Colaborador em Alimentação
e Nutrição Escolar – CECANE/UFMS iniciou as primeiras reuniões e rodas de conversa para divulgação e apresentação do projeto nas Aldeias de Aquidauana que foram contempladas neste primeiro ano de projeto.
Estes encontros tiveram como objetivos apresentar e difundir a proposta do projeto, promover suas ações e atividades, levantar dados sobre os frutos nativos existentes, seus usos, sazonalidade e manejo, se ocorre e como a inserção dos mesmos na alimentação escolar, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

Participaram da ação nas Aldeias Córrego Seco e Limão Verde/Buritizinho (Terra Indigena
Limão Verde), em Aquidauana/MS: Profa. Raquel Pires Campos FACFAN/UFMS, Bióloga Rosane Bastos Socioambiental Serviços, estagiários João Paulo Galindo e Paloma Galvão Silva do curso de Engenharia de Alimentos/UFMS, representantes da parceira AGRAER/Campo Grande Denise de Miranda, equipe da Agraer/Aquidauana Simone Rodrigues Correia, Cesar Bulhões e a coordenadora Regional da Agraer/Anastácio Vera Lúcia Golze, e como convidadas Cibele Pereira de Melo, nutricionista da Secretaria Municipal de Educação – SEMED/Aquidauana, Professora Fatima Cristina Cunha/UFMS/CPAQ/Aquidauana e professora Sandra Cristina/UEMS/Jardim.
A equipe foi recebida nas Aldeias Córrego Seco e Limão Verde pelo Vice Cacique e Prof. Sérgio Gonçalves de Moraes e Cacique Antônio dos Santos Silva, respectivamente, os quais agradeceram a presença da equipe e enfatizaram a necessidade de projetos que contribuam com as comunidades para o aproveitamento dos frutos nativos, visto que as Aldeias possuem grande e variedade de espécies, no entanto carecem de informações e instruções para o melhor aproveitamento. Estiveram presentes as lideranças da Aldeia Buritizinho Josué Martins e Jaime Rafael.
Uma breve apresentação dos participantes, falando seu nome, onde cada um/a trouxe uma frase ou palavra sobre o momento, sua expectativa, sua motivação, os frutos, sua vivência comunitária. Em seguida houve uma breve apresentação do projeto, destacando a importância de suas ações e atividades para comunidade indígena, parceiros e a UFMS.
Durante as falas tanto dos caciques quanto da comunidade presente foi ressaltado a importância e necessidade de inserir as crianças nesse processo de valorização e conhecimento dos frutos nativos, a necessidade de informações, de organização da comunidade e infraestrutura (equipamentos e espaços de produção), para realização do trabalho junto as aldeias de forma a envolver o maior número possível de pessoas e principalmente das mulheres que detém o conhecimento e a pratica na comercialização dos frutos.

Que as novas gerações possam dar continuidade ao trabalho, e busquem assegurar e promover um desenvolvimento com sustentabilidade socioeconômico e ambiental, favorecendo a troca de experiências e
conhecimento entre a comunidade e a academia (Figura 1).

Desta forma buscou-se demonstrar a importância de promover o aproveitamento dos frutos na produção de alimentos saudáveis, incrementar a geração de renda para as famílias, bem como identificar demandas para capacitação no desenvolvimento de novos produtos, minimizar o desperdício de alimento, promover a segurança alimentar e nutricional para toda comunidade da Terra Indigena Limão Verde.

 


Figura 1: Fotos dos encontros dia 12 de abril de 2022 – Córrego Seco.
No diálogo sobre acesso ao PNAE a equipe da Agraer trouxe dados sobre a DAP (declaração de Aptidão ao Pronaf), desafios, enquadramentos e possibilidades gerados tanto no fornecimento para alimentação escolar e para outros programas como PAA, e acesso a outros mercados institucionais.
A Roda de conversa na Aldeia Limão verde contou com a contribuição da nutricionista Cibele da SEMED/Aquidauana, que trouxe um pouco da situação e participação das aldeias no PNAE, relatando sobre a importância da participação das aldeias no programa, e sobre os desafios que estão colocados para avançar tanto no número de participantes/fornecedores quanto no volume de produtos. Também a Professora Sandra Cristina (UEMS) contribuiu com uma fala sobre “Mulheres e Bioeconomia” fazendo a ligação com o projeto CECANE, que tem como tema o uso dos frutos nativos e o papel da comunidade, com destaque para a atuação das mulheres, das escolas e das parcerias envolvidas na temática (Figura 2).

Figura 2: Fotos dos encontros dia 12 de abril de 2022 – Limão Verde.
na Aldeia Imbirussu – Terra Indígena de Taunay Aquidauana/MS
Participaram a equipe do projeto, professoras Camila M. da Silva Mazzeti (coordenadora) e Raquel Pires Campos da FACFAN/UFMS, a Bióloga Rosane Bastos da Socioambiental Serviços, a acadêmica Nilzelene Leite Antonio do Curso de Tecnologia de Alimentos/UFMS, o representante da parceira
Agraer/Aquidauana Cesar Bulhões, e Janir Gonçalves Leite da Secretaria Municipal de Produção/Aquidauana. Participaram da terceira reunião e roda de conversa, para divulgação e apresentação do projeto na Aldeia Imbirussu (Terra Indigena Taunay), em Aquidauana/MS.
A equipe foi recebida na Aldeia Imbirussu pelo cacique Claudio Lipu e pela Presidente da Associação das Mulheres Indígenas da Aldeia Imbirussu (AMAI), Libertina Silva Bueno, que agradeceram a presença da equipe a iniciativa do projeto, enfatizaram a necessidade de iniciativas que contribuam com as comunidades para o aproveitamento dos frutos nativos, visto que a Aldeia possui significativa e quantitativa presença de espécies que compõe a cadeia produtiva dos frutos nativos (cumbaru, jatobá, bocaiuva, guavira entre outros…). Seguindo a programação na breve apresentação dos participantes, podem ser destacadas algumas colocações: “Capacitação, desenvolvimento de produtos, diversidade, valorização da comunidade, oportunidade, geração de renda, espécies “abundantes”, saúde, aproveitamento, presente da vida, conhecimento e troca”.
Em seguida Professoras Camila e Raquel, apresentaram o projeto, destacando a importância de suas ações e atividades para comunidade indígena, parceiros e a UFMS (Figura 2).
A Aldeia Imbirussu conta com o trabalho da Associação das Mulheres Indígenas da Aldeia Imbirussu (AMAI), que promove importante dinâmica na valorização, uso e comercialização de produtos como a castanha de cumbaru, farinha de bocaiuva e de jatobá, bem como a polpa de tamarindo, a associação conta ainda com linha de equipamentos para panificação, fornecendo pães para comunidade e para o PNAE, embora nesse momento a associação enfrenta dificuldades relacionadas ao seu espaço de produção/agroindústria.

Figura 3. Fotos do encontro dia 26 de abril de 2022.
Próximos encontros Serão realizados cursos de 8 horas em cada localidade visitada para aprofundamento dos conteúdos baseados na Coleção Saberes do Cerrado e Pantanal da Editora da UFMS (Figura 4), organizada pela Profa Ieda Maria Bortolotto. Haverá entrega da Coleção para os participantes do curso e a reimpressão está sendo realizada com apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura – Fapec e verba do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE.


Figura 4. Coleção Saberes do Cerrado e Pantanal da editora UFMS.

 

Saiba mais sobre o tema, em: GUIA PRÁTICO -Alimentação escolar indígena e de comunidades tradicionais

Guia Prático- Alimentação Escolar Indígena